Essa madrugada meu coração apertou e meus olhos se encheram de lágrimas. Eu não sou alguém que vive insatisfeita consigo mesma, ou reclamando da própria vida, mas existem momentos sutis em que a gente (quase) se derruba. Eu cai na comparação.

Rolando o feed do insta, comecei a olhar as fotos de uma jovem, da minha idade, cabelos como eu queria ter, corpo lindíssimo, não do padrão, mas o que eu queria, os dentes perfeitos e naturais, fotos em diversos países, várias comidas.
De repente, eu me peguei sonhando com algo que não era meu, que não era eu. E eu olhei para mim e pensei “nunca vou ser assim”, “mas eu posso fazer esse tratamento”, “posso mexer nos dentes”.

De repente é que chorei, doeu pois me percebi tão insatisfeita comigo fisicamente, apesar de internamente eu estar na melhor fase da minha vida até hoje.

Sabe o que eu quero te dizer?
Eu poderia deixar de seguir uma mulher linda, humilde, que trabalha e faz coisas incríveis, só pra não me sentir ofendida, como se mulheres “mais bonitas” fossem uma ameaça para mim. Eu poderia deixar de seguir ou até silenciar, só por que “me faz mal” ficar vendo alguém virtualmente tão perfeita (como se eu não soubesse que ela também tem bafo, chora, se desespera e sente medo) apesar de eu não gostar de precisar “humanizar” alguém pra me lembrar de que ela “não é melhor que eu”, não precisamos disso, mas é isso o que fazemos muitas vezes.
Afinal, o que eu quero é usar a mínima influência que tenho aqui pra dizer que não concordo com o que tenho lido e ouvido sobre autoestima por aqui, que se alguém não te faz bem, se a vida de alguém FAZ VOCÊ SE COMPARAR, deixa de seguir.

Tá certo que Instagram é uma pequeníssima parcela da vida, se você quiser deixar de seguir, deixe. Mas a realidade é que muitas pessoas passam boa parte da vida aqui. Se aqui estamos deixando de encarar pessoas porque nos sentimos magoadas por elas serem como são, quanto mais o faremos na vida real?

De coração, se eu puder te dar um conselho: quando começar a se comparar e se diminuir pela vida que alguém conquistou, pela aparência que alguém tem e você não, não siga a balela da falsa autoestima.

Antes de deixar de seguir alguém, pare e se pergunte:

Por que me incomoda tanto alguém ter coisas que eu não tenho? Eu preciso ficar triste por fulana ser quem ela é? Eu preciso deixar relacionamentos morrerem por inveja que EU tenho sentido?

Se você é cristã principalmente, saiba que todos esses sentimentos tem raízes no pecado, e pecado não se vence com pecado. Em outras palavras: não venço minha inveja, dando unfollow por pura mágoa. Em palavras mais claras ainda: não venço minha baixa autoestima elevando minha autoimagem.

Pecado se vence com relacionamento com Deus. Quer vencer a baixa autoestima? Encha-se de humildade, nunca vi remédio melhor.

Quer ser livre da comparação e lutar dia após dia para ser melhor? Aja com a humildade de reconhecer: “eu senti inveja, eu não estou contente com o que tenho hoje, eu preciso da misericórdia do Senhor e eu quero valorizar outras mulheres sabendo que nosso valor não se mede por aparência, conquistas e carimbos no passaporte, mas porque somos amadas por Deus”.

Inveja é pecado, comparação pode ser insatisfação com o que Deus me deu, e isso é pecado. Amargura é pecado. Essas são coisas com as quais lutaremos até o fim, mas por favor, não tente vencê-las com mais pecado, mas sim com o Evangelho de Cristo.

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Autora do texto: Sâmella Rapina