E aos vinte e dois anos eu descobri algumas coisas sobre mim. Uma delas, é que eu gosto bastante de cor-de-rosa, glitter e amo dar e receber presentes. Eu passei muito tempo achando que não gostava e que não me importava.

Descobri também que não odeio alguns legumes tanto quanto achei que odiava, minha mãe é quem os odeia. Eu amo alguns estilos estranhos de roupas e meias coloridas. Descobri que não consigo ver filmes que não sejam romances ou comédias românticas, eu sempre durmo com qualquer outro gênero porque não me despertam interesse algum. Eu não gosto de ação e nem de adrenalina.

Descobri que gosto de algumas pessoas mais do que eu imaginava, mesmo que os restantes das pessoas ao redor não gostem delas tanto assim; e descobri que não gosto nem um pouco de outras pessoas que todo mundo se simpatiza. Eu as amo, mas não gosto e está tudo bem não gostar de todo mundo, desde que não falte respeito.

Descobri que está tudo bem não gostar de algumas coisas em mim e que eu posso mudar, desde que isso não prejudique minha autoestima e identidade. Também descobri que gosto muito de conhecer lugares novos sempre e descobri também que na maioria das vezes, eu prefiro estar sozinha do que acompanhada, mas amo muito os meus amigos, vejo Deus neles.

Descobri que está tudo bem em ser chorona. Eu descobri quem eu sou de fato, sem influências exteriores sobre mim e sem pessoas que querem me dizer do que eu devo ou não gostar, o que eu devo ou não aceitar ou com quem eu devo ou não me relacionar.

Eu descobri que durante vinte e dois anos eu nunca soube quem de fato sou e que durante esse tempo, me tornei uma junção de pensamentos que as pessoas mais próximas a mim pensam, mas nunca soube o que eu mesma gostava ou não, ou com o que eu de fato concordava ou não.

Sabe, é isso que Jesus fez por nós. A Cruz foi para nos dar vida eterna, mas também foi para nos ensinar a pensar, sentir e escolher por nós mesmos. Quando dizem que a verdade de Cristo liberta, estão dizendo que ela te liberta de sentir o que os outros sentem e pensar o que os outros pensam, para só então, ser você o que Jesus gostaria que fosse.

Jesus tem me ensinado a cada dia que eu vou continuar sendo amada, mesmo se eu não puder agradar a todos, e principalmente, que eu nunca vou conseguir agradar nem a metade. Você é único, graças a Cruz de Cristo e não há nada mais grandioso e glorioso do que isso.

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Por fora, 22 anos, por dentro, uma eterna criança. Teimosa, chata, peculiar e mimada. Moro em uma cidade do interior de São Paulo chamada Ribeirão Preto, mas na verdade só estou aqui de passagem, pois pertenço, inegociavelmente, ao céu. Vivo olhando para o alto com cara de apaixonada como quem olha com admiração para um retrato de casa. Acredito, sobretudo, no amor, em especial, no amor de um Deus, soberano e majestoso que, mesmo sem eu merecer, me chama de Filha.