No texto anterior, eu dividi um pouco sobre o meu coração em relação a ser vulnerável com Deus, algo que aprendemos muito bem com Davi, mas, nesse texto, eu quero falar sobre ser real com àqueles que nos cercam… o passo que logo aprendemos ao sermos reais com Ele. Acho que esse será o texto em que mais serei vulnerável com vocês até agora, mas é impossível falar sobre esse tema e não derramar o meu coração em palavras.

Responda essas perguntas para você: quantas vezes você já fingiu estar bem só para que ninguém te julgasse? Quantas vezes você decidiu não se expor, nem para aqueles que você ama e confia, porque chegou a pensar que talvez eles mudariam a forma que você seria visto por eles? Quantas vezes você disse para si que já estava sendo vulnerável com Deus e isso bastava? Quantas vezes você se pressionou a não sentir algo e ainda pensou que seria maduro – afinal “como que EU estou passando/sentindo isso”? Eu já fiz isso milhares de vezes, já me perdi muito de mim por conta dessa falsa perfeição que a gente insiste em abraçar, esse temor de homens e auto cobrança (algo para conversarmos melhor em outro texto).

Há alguns anos atrás, comecei a tentar entender alguns porquês que eu usava como justificativa para não ser vulnerável/real com quem me cerca e só conseguia pensar em como a gente precisa reaprender a ser humano, soa um pouco estranho, mas é a verdade. Nós nos esquecemos que é normal sentir, é normal estar confuso, é normal ter medo… isso tudo faz parte da nossa humanidade (o que não é certo é ficarmos nesse lugar. A vulnerabilidade e dependência Nele nos levam a ter uma outra perspectiva e nos leva a dar passos de risco e fé… falamos sobre isso no texto anterior) e ainda nos leva a entender que PRECISAMOS DELE. O próprio Jesus nos ensina a abraçar a nossa humanidade, nos trazendo de volta a liberdade, mostrando que, bom, sugiro que nos voltemos para uma das mais doces promessas: “Pois nosso sumo sacerdote [Jesus] é capaz de entender nossas fraquezas ” Hebreus 4:15 , se Ele é capaz de entender plenamente, você realmente acha que Ele não colocará pessoas específicas em cada temporada nossa já que, mais do que qualquer um, sabe o quanto sozinhos não podemos alcançar a plenitude?

Não, eu não acredito que tudo o que passamos, sentimos, vivemos em nossos processos devem ser expostos para todos, acredito que há um tempo de falar e tempo de calar (eclesiastes 3 fala bastante sobre esse tempo certo para cada propósito), também acredito que há pessoas específicas para temporadas específicas em nossas vidas e que com elas podemos ser vulneráveis. E é, pensando dessa forma, que entendemos que não podemos lutar nossas guerras sozinho s – não dá para viver corpo sendo só nós e Deus – e que precisamos apoiar as pessoas, sermos apoiados com o discernimento para saber “quem” e “quando”, precisamos ser ouvidos também e ter com quem ser família. É um demasiado desafio, mas, durante todo o nosso amadurecimento Nele, conseguimos entender que esse discernimento nos leva a viver a vontade Dele em nossas vidas de maneira plena. Não fomos criados para andar a sós – e sim, podemos andar “a sós” mesmo estando rodeados de pessoas, por isso essa sensibilidade para saber quem são os seus colegas, quem são seus amigos e quem são a sua família deve ser algo entendido por nós. “É melhor ter companhia do que estar sozinho, porque maior é a recompensa do trabalho de duas pessoas. Se um cair, o amigo pode ajudá-lo a levantar-se. Mas pobre do homem que cai e não tem quem o ajude a levantar-se!” Eclesiastes 4:9-10

 Sempre me incomodou qualquer derivado da palavra “perfeito”. Deve ser porquê por muito tempo eu confundia essa perfeição citada na Bíblia, como alguém sem problemas, sem erros, sem medos, alguém extremamente forte, e, sinceramente, me coloquei por muito tempo nessa posição . Achava que eu devia ser essa pessoa perfeita que não precisava falar dos problemas, até porque, na minha cabeça, eu poderia resolver sozinha e ninguém precisava saber das minhas crises. Poxa, “… portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.” Mateus 5:48, mas o que é esse “perfeito” então?

TELEIOS, em grego: plenamente desenvolvido, amadurecido, completo, maduro, PLENO; A palavra “teleios” é mencionada, conforme uma pesquisa, 17 vezes no Novo Testamento. E é justamente esse significado da palavra “perfeito” que é citada em Mateus 5:47. A ideia grega da palavra “perfeição” é justamente essa, uma coisa só é perfeita quando se realiza plenamente o seu propósito, o propósito do porquê foi criada. De maneira mais aprofundada, o adjetivo “teleios” é formado a partir do substantivo “telos” que traz consigo o significado de: um fim, um objetivo, um propósito.

Mas qual é o nosso propósito? Qual é o nosso objetivo? O que isso tem a ver conosco? Simples, como diz em Gênesis 1:26-27, fomos criados com a finalidade de sermos a imagem e semelhança Dele.

 Não vou mentir para você, eu ainda tenho muito o que aprender e me desafiar a ser vulnerável com quem eu amo e sei que é sensível a voz de Deus para me trazer aquilo que eu preciso ouvir para o tempo em que tenho vivido, busco diariamente entender o que é “ser perfeito” segundo a Deus e desconstruir esse pensamento pequeno de que para isso eu preciso abrir mão da minha humanidade… e há tanta leveza quando abraçamos a verdade e buscamos ser antes de qualquer aparência que podemos ter. Quanto tempo a gente perde ao criar um personagem, andamos dia após dia suportando a máscara que nós mesmos nos colocamos? Sendo que nunca foi algo que aprendemos com Jesus (basta ler o Evangelhos e reparar no comportamento Dele, Ele abraçou a humanidade ao ponto de nos ensinar como devemos ser em absolutamente tudo).

Que esse seja o goals do nosso ano, de nossas vidas, que a gente jamais perca o olhar do que realmente importa que é Ele, acima de tudo, e ser quem Ele já disse que somos -abraçamos isso quando abraçamos a verdade e abrimos mão da falsa perfeição.







Eu sou a Isabella Quagliarelli Lachaitis, mas todos me chamam de Bella. Tenho 20 anos, sou missionária, com chamado focado na Europa, e artista plástica. Apaixonada por escrita e por Deus, encontrando aqui, um cantinho para transbordar o meu coração e o que tenho ouvido Dele em palavras.