Faz 7 meses que estou casada. Por todos esses meses, tive muita dificuldade em colocar no papel tudo o que tenho aprendido, porque vou te confessar: é muita coisa!

Mas eis que chega o tempo e aqui estou. Não sei até onde esse texto irá chegar, mas sei que preciso compartilhar isso com vocês e é por isso que escrevo.

Como sabem, só faz 7 meses que estou casada, e tenho muito o que aprender e crescer ainda. Não sou uma expert no assunto quando se trata de matrimônio, mas o que posso escrever aqui é o que tenho vivido desde então e o que Ele tem ministrado em nossos corações.

Desde sempre, eu e o meu marido, sempre fomos muito engajados em atividades sociais e atividades da igreja que congregamos. Sempre fomos muito ativos e com o anseio de servir pessoas. Muitas vezes nos sentimos cansados devido ao excesso de atividades, porém Deus sempre nos renovou, e sempre foi uma honra para nós ajudar outras vidas com o pouco que sabíamos dessa vida e do Reino de Deus. Então, ao mesmo tempo que isso nos exigia muito esforço e entrega, era algo leve e prazeroso.

Contudo, algo começou a mudar depois que noivamos… Era uma nova estação que estávamos começando a viver.

Com a vinda do noivado e então o casamento, novas responsabilidades tivemos que assumir. Novos desafios e o novo se tornou frequente no nosso vocabulário. E novas entregas… E dentre essas entregas, cargos e atividades tiveram que ser entregues também.

Nesse tempo, sempre tivemos o auxílio de amigos e pastores nos aconselhando a viver essa estação da melhor forma possível: focando em Jesus e depois em nós dois. O passo que estávamos tomando, era muito importante e a todo momento nossos amigos e pastores reafirmavam isso, que era preciso tirarmos tempo para nós assim que casássemos, pois o primeiro ano de casados, é o ano mais difícil e o período do nosso noivado sofremos muita luta familiar. A gente realmente precisava de um tempo de descanso e cuidado um do outro.

Eu não me arrependo nenhum segundo de ter casado com meu marido, mas uma coisa é certa, não é fácil o processo de adaptação, conhecimento um do outro e a renúncia. Também sei com toda certeza, que se não tivéssemos seguido o conselho dos nossos pastores e amigos, e focado em nós, nos afastando de algumas atividades e entregando outras por determinado tempo, não estaríamos vivendo como temos vivido esses 7 meses mais maravilhosos de toda as nossas vidas!

O primeiro ano do casamento é essencial para o casal, pois é exatamente nesse tempo onde muitos dos fundamentos serão estabelecidos. Muitas coisas ditas e atitudes tomadas, nesse primeiro ano, serão movidas totalmente pela imaturidade e se não tomarmos cuidado, podendo afetar muito lá na frente. Por isso, focar um no outro, e estar disposto a se doar, crescer, mudar e entender o universo do outro é extremamente necessário e precioso nesse primeiro momento.

O excesso de atividades no início de uma vida matrimonial, pode acarretar em muitos problemas, como desviar o foco do cuidado um do outro e deixar minar algo que no início é extremamente frágil.

O que quero falar aqui, é sobre prioridades… Minha prioridade nesse momento é cultivar ao máximo minha família que acaba de se iniciar e para isso, preciso dedicar tempo e esforço. Com atividades em excesso, isso seria muito difícil, seria na verdade uma verdadeira disputa entre o fazer e o ser família.

Mais uma vez, quero reforçar aqui, que não estou aconselhando você a largar tudo, mas avaliar, se o que vocês fazem como casal na igreja ou fora, não está roubando tempo de qualidade que deveria ser investido em vocês, recém casados. E claro, equilíbrio é tudo… Mas aprendi que isso também, depende muito do casal. Eu e meu marido, por exemplo, sempre fomos muito intensos em tudo o que fazemos e para nós seria um problema continuar fazendo as milhões de coisas que fazíamos.

Não foi fácil, para mim e para o meu marido nos abdicarmos de cargos que nos traziam a sensação de utilidade no reino de Deus, mas vimos que era necessário e temos aprendido muito sobre o que de fato é ser família, a importância disso na perspectiva de Deus e o impacto que é ser família nesse mundo que cada dia que passa desacredita mais dos laços familiares.

Nosso coração queima por voltar a fazer o que fazíamos antes, e em breve, aos poucos, vamos voltando a fazer tudo o que fomos chamados para fazer, entretanto, precisamos nos firmar como casal e entender essa nova estação de cultivo um do outro e nos aprofundar em SER mais do que FAZER.

Novamente, se fazer atividades não implica no seu relacionamento com seu cônjuge, não pare. O eu quis aqui compartilhar com vocês, é sobre o que eu, Giselle, tenho vivido e o que tem me preocupado em muitos casais dentro da igreja que são pressionados a não deixarem cargos, ou não poderem se afastar por determinado tempo e isso acaba frustrando muitos relacionamentos, pois não tem tempo para se conhecerem.







Ela não veio do interior, mas tem jeito e sotaque de lá. Fundadora do Um Socorro à Meia Noite, 25 anos, formada em Design Gráfico, amante de psicologia e apaixonada pela arte da música e da escrita, acredita que através da sua profissão e dons é possível levar socorro e esperança à meninas imersas na depressão, que sofreram algum tipo de abuso. Ester é o livro que a inspira a prosseguir e não desistir jamais.