Eu lembro que a primeira coisa que senti foi um aperto no coração. E com ele uma mistura de sentimentos. É literalmente uma dor. As únicas coisas que você sente vontade é de chorar e gritar. E se der para gritar, pois se gritar vão surgir várias perguntas e o melhor é evitá-las. Raiva, ódio, vergonha, tristeza, amargura, fracasso oscilavam em meu peito, e até passou na cabeça um “queria morrer”. Na verdade, você não quer morrer, você só quer matar aquilo que está te ferindo. Seria uma ótima opção também dormir até passar a dor, ou melhor, apagar tudo o que aconteceu, coisa que é bem improvável.
Se você já passou por uma alguma decepção, sentiu a tão temida dor ou algo parecido, e se foi a primeira vez que isso te aconteceu, sinto lhe informar que talvez não seja a primeira e única. Geralmente as pessoas têm mais de um relacionamento desastroso, ou, paixonites que por si só acabam com um. Paixão essa que dura em torno de um a dois anos, já dizia uma amiga minha, e está aí uma coisa que eu nunca esqueci: “dois anos”. E esse foi o período máximo de uma paixão minha. Acredito que depois disso fica muito difícil continuar criando um monte de ilusão. Na realidade, cansa mesmo. Não é uma regra, e não sei se é comprovado cientificamente, porém comigo foi esse tempo e com você pode ser diferente. Tempo esse que não vai ajudar em nada, mas talvez te dê um consolo por saber que há um tempo determinado para o fim.
Mas voltando para a dor, tem gente que acha que amar é sofrer, porém te digo uma verdade, amar não é isso. Você não é obrigado a aceitar o que a pessoa faz de errado e que acaba te ferindo por diversas vezes. Sinceramente, está bem longe disso ser amor. “Mas o amor tudo sofre, tudo crê”. Esse sofrimento que Paulo escreveu não está ligado a pessoa tratar mal a você, sua família e amigos. Não está ligado a aceitar o mau caráter que a pessoa é, e sim suportar os defeitos dela. Tem que ter bom senso para não levar ao pé da letra a palavra de Deus. Enfatizando: Você não é obrigado a passar por certas coisas que o deixam em um lugar de inferioridade. Sem respeito e sem confiança isso pode estar perto de ser tudo, menos de um relacionamento em que Deus está no controle.
Sim, você vai se apaixonar; idealizar uma pessoa que no final não é nada daquilo que você criou; colocar os pés pelas mãos para conquistar alguém que não está nem aí para ti; deixar passar alguém que gosta de você e que é até bem interessante; se decepcionar com as pessoas. Enfim, uma dessas coisas certamente irá acontecer contigo, a não ser que você namore com o seu primeiro namorado (a), mas até aí vai rolar umas dorzinhas no coração porque vai acabar descobrindo que a tal pessoa perfeita não existe.
Eu estou aqui para te dizer que tudo isso passa, você ainda vai olhar para aquele cara ou moça e rir sem acreditar nas coisas que fez por ele (a), de como foi infantil, imaturo e trouxa. E aquela dor que no começo doía tanto, vai diminuindo com o passar do tempo. Você vai acabar descobrindo que não era para dar certo mesmo, e que no futuro se enxerga o que acontece hoje. E o melhor de tudo, que Deus cuida de você, e é um amor que te constrange porque se não fosse Ele, certamente não perceberias que não podes aceitar pouco de alguém. Com a dor vem o aprendizado, com o desapontamento a força e a resiliência.
Se ainda não passou a sua dor, talvez seja a hora de você mesmo dar um “tchauzinho” para ela, decidir transformar esse passado em algo bom no presente. No fundo, você sabe que essa dor ainda está fazendo morada, só para permanecer viva a lembrança de algo que você não conseguiu superar, ou seja, o futuro tão esperado que não chegou. Mas o futuro ainda existe, só que é ainda melhor e creia que ele está por vir. Pegue uma vírgula e comece a escrever uma história de verdade, não essas da Disney, mas onde o roteirista é o melhor: Deus.