Eu queria ter aprendido mais cedo sobre o amor, não o amor estranho e egoísta que o mundo moderno apresenta como o ideal, mas o amor que reflete a Cristo e o seu sacrifício por Sua Igreja. Eu não compreendia, na prática, o que era ser amada por alguém como Ele me ama, eu sabia como deveria ser, mas ainda não sabia como era viver isso.

Passei tempo demais entregando o meu coração a quem não fazia esforço algum para alcançá-lo. Eu me submeti a relacionamentos defraudadores, ciúmes excessivos, controle, culpas e pecados das quais, hoje, me envergonho e me arrependo. A minha confiança e dependência não estavam repousadas onde deveriam, que é em Cristo, e essa é a razão pela qual os meus olhos estavam distantes da luz da verdade.

Descartei a hipótese de que, um dia, teria a chance de encontrar alguém que estivesse disposto a viver ao meu lado. Os pecados que cometi, a vergonha e culpa não me permitiam sonhar novamente com algo magnífico como o amor e casamento abençoados por Deus. Eu compreendia de culpa e vergonha, mas ainda não compreendia o perdão.

Carreguei bagagens como a dor e o medo, eram consequências de minhas escolhas passadas e teria de arcar com isso. Não havia outra forma, pelo menos era o que eu pensava, e aceitei a isso sem precisar de muito esforço. Pouco a pouco minha fé se enfraquecia, e com infinita misericórdia, amor e Graça, Cristo me salvou e me perdoou.

Não permaneci a mesma desde então. Conheci o perdão, Graça e amor que provém Dele e, para a minha sempre surpresa, nunca se esgotam, não que isso seja justificativa para eu permanecer nos mesmos erros, pelo contrário, é exatamente o que me faz fugir deles. Apesar de perdoada, pensar em uma nova chance de viver o amor a dois e construir uma família ao lado de alguém digno, era algo distante do que eu merecia. E mais uma vez, vi a Graça de Cristo, que é o que não mereço, se manifestando em minha vida.

Eu o encontrei, ou melhor, fui encontrada. Não houve pózinho mágico, pedido desejado e realizado, eu não merecia e Cristo me deu uma chance de viver o que eu ainda não havia vivido: Ser amada por alguém assim como Ele ama a Sua Igreja. Eu ainda não compreendia muitas coisas e uma delas era que o amor genuíno não é sobre auto-satisfação.

Na maioria das vezes, li em livros e em textos soltos pela internet que devo, primeiramente, pensar em meu bem e que cabe ao outro satisfazer os meus caprichos e tolerar minhas futilidades e desejos egoístas, meros ensinamentos de um mundo que foge dos princípios bíblicos e que, um dia, cheguei a acreditar ser o certo.

Todas as mentiras e definições de amor que o mundo, na ausência de Cristo, me apresentou, foram desconstruídas uma a uma por Ele. Eu não sabia o que era ser respeitada e tratada dignamente, não sabia como era ser vista com bons olhos, acreditava que deveria me amar muito mais do que ao outro – seja ele quem fosse – por razões como essas, até ser encontrada por um homem que está disposto a dar a própria vida pela minha, assim como Cristo o fez.

Um homem que tem, acima de tudo, a Cristo como Salvador e exemplo a ser seguido. Que decide me amar dia após dia, porque o amor genuíno não tem relação com mero sentimentalismo, mas é decisão e sacrifício diário pelo bem um do outro. Um homem digno, que alcançou o meu coração porque já havia sido alcançada por Cristo primeiro, que se dedica em me fazer mais feliz não apenas em nossos momentos de alegria, mas também em nossos momentos de desânimo e tristeza. Um homem que me guia à luz da Bíblia, que assume as suas responsabilidades, falhas e limitações como ser humano.

Não estou descrevendo um menino, muito menos alguém perfeito, mas um homem pecador, necessitado da Graça tanto quanto eu e qualquer outra pessoa, mas que decidiu viver conforme os padrões de Deus, que são elevados e vistos como loucura em um mundo cego para a verdade divina.

Oro para que eu permaneça ciente de que estou na vida desse homem não para a minha auto-satisfação, mas para caminharmos juntos em direção ao altar, para amá-lo, permanecer fiel ao meu compromisso de não desistir, buscar forças em Deus e dar a minha vida pela sua, se necessário. Oro para ser a mulher que esse segundo homem da minha vida – depois de Cristo – precisa ao seu lado.

Busco Nele ser uma mulher virtuosa, compassiva, doce, piedosa. Uma mulher que não nega a sua feminilidade, que abraça com o amor o seu papel segundo a Palavra e que vive conforme a Sua vontade. Um dia, serei uma esposa e mãe, darei, juntamente com o meu futuro esposo, testemunho aos nosso filhos. Nos lembraremos em todo tempo que não se trata de merecimento, mas do amor e Graça incondicional de Cristo, e que tudo é para a Sua glória.

“Eu dobro os meus joelhos e agradeço ao Senhor, por Jesus e você”, Matthew West

Dedicado a Bruno Lalli.







Colecionadora de sonhos, não importa o quanto pareçam bobos, a vida é dura demais para ser vivida sem sonhar. Da minha fé, faço poesia, assim a eternizo em minhas palavras. Estou por aqui apenas de passagem, o Céu me aguarda.