Vejo por aí tantas pessoas juntas, mas ao mesmo tempo, tão separadas. Juntas pela necessidade, por não conseguirem ficar sozinhas, se afogando em suas carências ou convicções falhas acerca do amor e até mesmo de si próprias. Estar pronto para o amor… Estou pronto para o amor? Amor?
Antes de entrar em qualquer convicção e definição perante o amor, gostaria de abrir a reflexão sobre o amor próprio. Por mais que pareça demagogia, é sempre bom recordar a cada ser humano, que todos têm o direito de amar, mas antes de discorrer a isso é necessário que encontremos o amor primordial, o próprio. Por isso, ouso a comparar o amor à experiência de mergulhar.
Se lançar ao amor após um processo de autoconhecimento é como se lançar ao mar após ter aprendido a nadar. Já não se tem mais medo de afogar, pois já se aprendeu a mergulhar e sabe as horas exatas de retornar à superfície para buscar o ar e prosseguir o mergulho à procura de lugares desconhecidos!
Buscar o autoconhecimento é buscar os recursos para esse futuro mergulho. É se preparar, obter os equipamentos necessários para sobreviver. Mergulhar no amor não é fácil, é ato de corajosos. Só aqueles que estão mergulhados em si mesmos e em suas profundezas são capazes de reconhecer a beleza e imensidão das profundezas do próximo, e de terem a audácia de chegar lá.
Após esse processo, aproveite o mergulho conhecendo lugares que nunca imaginou chegar. Contudo, aqui vai um alerta importante: o mergulho profundo em si mesmo não pode ser eterno. Se não corrermos o risco de nos afogarmos em nosso egoísmo, é preciso conhecer e mergulhar outros territórios, outros corações.
Se permita mergulhar, não tenha medo de se entregar verdadeiramente a quem você quer ser, e quando sentir que está pronto, será linda a experiência de mergulhar de mãos dadas junto à pessoa que você escolheu para conhecer também o que existe de mais profundo dentro de ti, ou melhor, dessa beleza extraordinária.
Texto de: Roberta Tafelli.