“Às vezes é preciso doer muito, para não doer nunca mais.” – Autor do título do texto: Marcos Bulhões @marcosbulhoes

Às vezes acredita não conseguir suportar a dor da saudade de quem decidiu partir de nossa vida. Doí pensar que aquela história bonita chegou ao fim. A gente adormece com o coração angustiado e quando acorda a dor na realidade toma conta e então a gente sabe: É preciso seguir em frente mesmo com o coração partido. 

Por algum tempo eu queria saber onde você estava, queria mandar mensagem só pra te desejar bom dia. Já adormeci com o celular na mão esperando uma mensagem tua. Por muito tempo eu me torturava tentando pensar onde você estava, se havia encontrado outro alguém ou se ainda pensava em mim. Mas o telefone não tocou, as mensagens não chegaram e eu vi você seguindo a vida com um sorriso no rosto como quem parecia estar bem. Aos finais de semana eu me sentia sozinha como se faltasse algo. E me faltava você. Doeu muito. Algumas datas, encontros com amigos, rever fotos e relembrar alguns momentos foram dolorosos, confesso. Doeu muito sentir e saber que você não fazia mais parte da minha vida. E continuou doendo por mais um tempo.

Mas então eu vi que amor não é esse caos todo em que a gente vivia. Amor não combina com grosseria e com egoísmo. Doeu muito, mas depois parou de doer e eu comecei a entender que chorar baixinho pra você não ouvir não estava certo. Percebi que eu suportei muita coisa em prol de um amor egoísta. Eu digo que o egoísmo destrói relacionamentos e então eu vi que em nenhum momento você pensou em nós ou em mim, mas apenas em si mesmo, até mesmo quando decidiu partir.

Doeu mais ainda quando percebi que lutei por tanto tempo, que insisti tanto, que acreditei nas suas promessas de mudança. Por muito tempo as marcas de palavras que não deveriam ter sido ditas continuaram marcadas em mim. O teu silêncio me matou aos poucos. E doeu novamente. A sua vida estampada em redes sociais como quem está feliz fez com que doesse novamente. E de tanto doer, passou. Depois de doer muito eu recomecei. Sem raiva, sem mágoa, apenas a indiferença. Apenas o silêncio. Apenas o recomeço de um coração que deseja ser amado com toda a intensidade que um amor merece. Guardo tudo o que há de bom, jogo fora aquilo que me machucou para que eu não me torne alguém amargo. E depois de tanto doer hoje não doí mais, porque depois de tanto sofrer a gente entende que amor de verdade não é essa tempestade toda não. Amor é paz, é abrigo, é calmaria. E eu? quero a beleza de um amor maduro.







Psicóloga, 25, é aquela que escuta mil vezes a mesma música e tem a risada escandalosa. Não dispensa um sorvete e adora um pastel de feira com muito catupiry, mesmo sendo intolerante a lactose. Encontra paz na oração e vê amor nos pequenos detalhes.