Tenho pensado muito sobre o alinhamento de felicidade aqui na Terra e sofrimento por Cristo. Duas coisas têm feito eu refletir sobre isso: As chicotadas que os apóstolos levaram, as prisões, as calúnias, tamanho sofrimento por eles suportados, e o discurso sobre a felicidade hoje. O lance de ir à Deus somente pelas bênçãos… E se eu te falar que as bênçãos recaem tanto sobre os justos como os injustos? Talvez mude a sua motivação, se for essa, claro.

E ora, não venha me dizer que você não sofre por Cristo porque irei te dizer que tem alguma parada errada contigo. Mas vale ressaltar que existem outros sofrimentos. Então, cheguei à conclusão que vamos experimentar dois tipos de sofrimentos aqui na Terra: pela cruz que carregamos para levar a Mensagem aos que estão perdidos, como zombaria, perseguição, morte (só quem vai passar por esse tipo de sofrimento são os cristãos); e também, pelas coisas do dia a dia, problemas financeiros, nos relacionamentos, saúde, etc. (todo mundo passa por esses). Apesar de um sofrer com Cristo pode acarretar outros tipos de sofrimentos, enfim, o que está em jogo é essa busca por felicidade aqui.

E o que vejo as pessoas falarem é: “Deus não quer nosso sofrimento. Deus quer nos ver feliz”. Ah, isso eu tenho certeza. Sempre foi o sonho dEle trazer a plenitude para o meio de nós. Mas acho que fica meio errado esse discurso quando o pegam como desculpa para começar as buscar coisas terrenas, para terem felicidades momentânea. Também não estou dizendo que isso não seja bom, mas isso não é o essencial, e a partir do momento que você começa a perder o sono por causa disso, é porque o seu coração já está no lugar errado, quando na verdade deveria estar ligado a coisas eternas.

Então, voltando ao ponto inicial, Deus não quer o nosso sofrimento, eu acredito nisso, mas também não disse que estaríamos livres deles, pois ainda há o pecado no mundo. O sofrimento, as aflições são advindas por diversas situações, e enquanto Ele não voltar a tendência é piorar (isso é boa notícia porque a palavra está se cumprindo).

Mas o exemplo que quero levar para a vida é dos apóstolos, dos mártires, daqueles que dão a vida por Cristo. Sabe por que eles sofriam e ainda estavam com um sorriso no rosto dizendo “VEM NI MIM?”. Porque eles sabiam que isso aqui era passageiro, eles estavam ligados ao propósito e não em necessidades e dores. O sonho deles eram o encontro com Cristo, a paixão por Ele era inegociável, e o desejo de que as outras pessoas pudessem também experimentar a salvação. Como disse Billy Gram “A morte não é o fim, mas o começo de uma nova dimensão de vida – a vida eterna (…) Pela sua ressurreição de entre os mortos, Jesus demonstrou que existe vida após a morte.”

Vão existir os problemas que são externos e ainda as fraquezas que são algo interno, mas Deus disse que era aí que o poder de Deus ia operar.
“E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte.” 2 Coríntios 12:9,10

O que diferenciava os apóstolos das pessoas que se aprisionam aos problemas hoje, é que eles entediam o propósito do sofrimento, confiavam em Deus e na Sua soberania. Como exemplo, Paulo que compreendia que mesmo preso, era ali que ia ser manifesto a glória de Deus por intermédio dele. Ele sabia que Jesus havia deixado o Consolador, que estaria conosco em todos os momentos.

E também, eles não comparavam a sua caminhada às dos outros, porque a cruz que Deus nos dar para carregar é diferente da que ele dá a outra pessoa. Lá no passado, eles sofriam fisicamente, aqui no Brasil isso não é permitido. Alguns vão sofrer levando a mensagem nas escolas, nas faculdades, nas ruas, nos presídios. Outros vão sofrer em um país que é totalmente fechado ao evangelho, que se forem pegos, o preço é a morte. “Pois para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro. ” (Fl 1:21) Não importa onde você está, mas se está cumprindo aquilo que Ele designou para você. O que precisamos saber que a seara é grande, que a Mensagem não para em você, é preciso ser testemunho dEle aqui.

A grande questão é o que você vai fazer com a sua dor e o seu sofrimento: se você vai se aprisionar a ele, ou se você vai ser livre em Cristo, aprendendo a estar satisfeito com o que tem. Saber viver na necessidade ou na fartura. (Fl 4.11-13). Como já disse o Rodolfo Abrantes “Que das minhas feridas, saia poder para curar. Que cada hora perdida, me lembre que não é para eu parar.”

“O sofrimento faz parte da condição humana, e vem para todos nós. A chave é a forma como reagimos a ele, ou se afastando de Deus em raiva e amargura ou se aproximando dele em confiança. ” Billy Graham







26, Fortaleza. O que mais busco é ser semelhante a Cristo, e refletir esse amor que um dia me alcançou.